Emília de Jesus Laranjeiro nasceu no dia 19 de Outubro de 1909. Completou assim a bonita idade de 100 anos na última segunda-feira, e soprou as velas do bolo de aniversário rodeada de muitos amigos e familiares no Centro Social de Santa Eufémia, na Chancelaria. Ao pescoço traz penduradas duas medalhas de Nossa Senhora, prova da devoção que sente para com a Mãe do Céu. Contam as filhas, ali presentes enquanto vão acariciando a mãe e ajeitando o lenço que tem ao pescoço que vai descaindo, que “quando era mais nova rezava 10 a 15 terços por dia. Estava sempre a rezar.” E quando lhe perguntei se ainda rezava muito, esta simpática senhora, respondeu apenas “Nosso Senhor é que sabe o quanto rezo!”
Aos 100 anos de idade, Emília de Jesus Laranjeiro não tem problemas de saúde de maior preocupação. Apenas foi perdida a mobilidade, facto originado pela fractura de um pé, associado à idade avançada. Se lhe é perguntado se tem dores em algum lado, responde sem hesitar: “não me dói nada”. “Ela diz que só teve dores para ter os filhos”, afirma oportunamente uma das filhas. E ao contrário do que se possa pensar, não precisa de óculos para conhecer quem a cumprimenta neste dia, nem que lhe falem mais alto para que ouça as felicitações em dia de aniversário. De olhar muito atento, falava a quem chegava e quem dela se abeirava e quando lhe era pedido um sorriso para a fotografia, manifestava uma alegria desigual e um sorriso de quem se sente feliz.
Célia Ramos