“Dizer adeus custa tanto
Nem tu amor sabes quanto
Se a gente gosta de alguém…”
Faz hoje 23 anos que celebramos pela última vez o teu aniversário, contigo presente!
Cá por casa sempre celebramos e assinalamos as datas importantes.
Muito à nossa maneira. Ou seja, de forma discreta e muito íntima.
Um bolo simples e de receita antiga, feito à antiga pela mãe no forno a lenha. Com a lenha que tu e eu íamos buscar e que depois tu, com todo o teu saber e Amor com uma machadinha no cavalete que havia no palheiro, ponhas na medida certa e depois empilhavas de forma irrepreensível.
As velas, eram sempre motivo de risota!
Tínhamos uma de cada. De 0 a 9.
E, as mesmas eram sopradas tantas vezes quantas o número resistisse.
O jantar nestes dias também era especial. E no dia de hoje, seria com toda a certeza um dos teus pratos favoritos… soufle de pescada, peixe assado no forno ou frango cortado aos bocadinhos no forno.
Ahhh e neste dia havia sempre refrigerante!
E, agora percebo o porquê da mãe, fazer sempre um bolo na data em que a avó e o avô – a sua mãe e o seu pai, nasceram e também na data em que partiram. E fazia-o de forma repetida ano após ano, de forma tranquila. Nesse dia não chorava, mas também não estava no estado de alegria e boa disposição que sempre lhe era habitual.
E agora, desde que partiste, também eu o faço.
Há uns anos atrás, dei por mim no dia dos teus a fazer um bolo e isso mitigou-me a tristeza que nesse dia tinha tomado conta do meu coração de forma quase insuportável.
O que é certo é que o fiz de forma inconsciente.
Mas fiz.
E só depois, caí em mim!
“Nesta ansiedade
Quem parte leva saudade
Mas na verdade
Quem fica saudades tem”
E que saudades eu tenho de ti meu querido pai. E tenho-as todos os dias.
Hojes fazes 91 anos … apagarias as mesmas velas, que eu apaguei no meu último aniversário que presenciaste … 19 anos!
Um beijo daqui até onde estás com o mesmo amor de sempre apenas e só porque TUDO ISTO EXISTE, TUDO ISTO É TRISTE (Parabéns meu pai), TUDO ISTO são COISAS e CENAS & CENAS e COISAS.